
Ainda estou tentando achar palavras pra tentar descrever o que aconteceu. Escrevi, apaguei, escrevi de novo, e apaguei de novo também. Fiquei minutos olhando pra tela, catando vídeos, pensando no que escrever, e mesmo agora estou escrevendo no peito, na pura mescla de sentimentos, frustração, raiva, e no fundo disso tudo, um imenso e franco orgulho. Orgulho, de termos em um país com um automobilismo cada vez mais decadente e medíocre um piloto como Felipe Massa, que não sei por vocês, mas a meu ver, hoje se tornou herói nacional. Não pela torcidinha babaca do "Bate Nele Rubinho", nem pelo sempre idiota ufanismo Global. Felipe se torna um nome a ser lembrado pelo espetacular campeonato que disputou, contra inúmeras adversidades: pilotos adversários, a si mesmo no início do campeonato, e até as patetadas de sua própria equipe. Não desmerecendo o título de Hamilton, de modo algum. É no fracasso do inimigo que às vezes fazemos nossa glória, e a Ferrari se esforçou um bocado durante o ano para ver Felipe como vice-campeão. Ano que vem certamente a equipe será levada na base da chibata pra evitar esse tipo de episódio novamente.
Quanto à Massa, só pode ter do que se orgulhar, porque fez de longe o melhor campeonato de sua carreira. Compensou a lambança da Malásia com esplêndidas apresentações, especialmente a da Hungria, onde quebrou o motor a duas voltas do final, mas fez uma belíssima largada, e não deixou Hamilton virar uma volta sequer mais rápido que ele. E hoje, pela segunda vez desde que corre pela casa de Maranello, fez uma apresentação de gala e venceu com completa superioridade o GP do Brasil, que teve um desfecho dramático, e Felipe, como sempre, teve uma atitude da mais completa hombridade. Palmas pra você Felipe Massa, você hoje, sem título, sai de Interlagos como um campeão.