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sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Senna pode fazer teste na Toro Rosso


Li agora há pouco que Bruno Senna pode ser chamado por Gerhard Berger - sócio da equipe Toro Rosso e "padrinho" de Senna - pode ceder um teste ao "primeiro-sobrinho". Mas o ex-piloto de F1 é categórico em dizer que não absolutamente nada garantido sobre a vaga deixada por Vettel.

- Ainda não estou convencido. Bruno Senna é bom para a Fórmula 1, mas o mesmo se aplica a Romain Grosjean and Sebastien Buemi, também na GP2. Mas nenhum dos três me encantou totalmente. Ainda não vejo um novo Sebastian Vettel - diz Berger.

- Quero dar um teste a ele, mas não temos negociações concretas até agora.

Bruno Senna está em sua segunda temporada na GP2 e é o vice-líder do campeonato. Ele está entre os três favoritos para assumir a vaga deixada por Sebastian Vettel, que vai para a RBR. Sou franco ao dizer que não dava tanta bola assim quando vi que ele tinha começado a correr, mesmo vendo que antes da GP2 ele já demonstrava um grande desempenho por onde passou. Mas vendo as corridas da GP2 percebe-se que se pulando certas etapas na carreira o moleque tá assim, é porque feio não vai fazer. Tá muito muito longe do talento do tio, nem o Schumacher - indiscutivelmente o maior piloto de todos os tempos, junto com Ayrton - se considerava sob alguns aspectos superior à Senna. Pra mim ainda é cedo, precisava de mais um ano de GP2, e uma vaga de piloto de testes desde já em alguma equipe da F1, talvez na própria STR. Bruno tem talento, pouco lapidado mas tem, e parece que herdou de algum jeito o feeling do tio pra andar na chuva, a corrida em Silverstone que o diga. Tem que ir, mas que vá com o pé no lugar.

Contos do Nelsão(2)


Continuando com a série de histórias e comentários do grande Nélson Piquet.

Em 1974, Nelson Piquet disputou o campeonato brasileiro de fórmula Super Vê. A quinta etapa em Cascavel, foi desastrosa. O grid de largada foi definido por sorteio porque o equipamento eletrônico da cronometragem oficial havia quebrado. As duas primeiras baterias foram amplamente dominadas por Julio Caio de Azevedo Marques. Nelsinho terminou as duas bem distante, ficando a 12 segundos de Julio Caio na soma dos tempos. A decisão ficou para a última bateria mas era praticamente impossível descontar a diferença. Só mesmo se Julio Caio quebrasse ou... batesse.
Durante toda a terceira bateria Julio Caio veio brincando com Nelsinho. Ele usava uma primeira marcha mais longa que os demais concorrentes e, numa curva para a direita, que antecede a curva que se liga à reta dos boxes, sua saída de curva era sensivelmente mais rápida. Nelsinho andava no limite para encostar em Julio Caio e conseguia sempre fazê-lo naquela curva. Mas na saída da curva perdia terreno. Cada vez que Julio Caio saía da curva "acenava" para Nelsinho. Embora jamais tenha confessado é fácil concluir que os "tchauzinhos" de Julio Caio o irritaram profundamente. E Julio Caio pretendia levar a brincadeira mais longe.
Na última volta, depois de passar por aquela curva, Julio Caio simplesmente desacelerou e esperou Nelsinho. Queria cruzar a linha de chegada lado a lado. Percebendo a desaceleração do carro da frente e, vislumbrando a possibilidade de uma ultrapassagem, possesso, Nelsinho "afundou a bota". Julio Caio contornou a última curva mais lento que o normal enquanto Nelsinho tomou a curva muito acima do limite, disposto até a passar por cima de Julio Caio. E foi o que fez. Bateu na roda traseira do carro de Julio Caio, arrancando-a, juntamente com a suspensão e outros pedaços do carro. Foi uma chegada tragicômica. Nelsinho cruzou a linha arrastando-se pela grama, com uma roda dependurada, obrigando o diretor de prova a voltar-se para fora da pista no momento da bandeirada. Julio Caio, sem uma roda traseira, ficou parado cinco metros antes da linha de chegada.

Confusão geral. A maioria dos cartolas levantou-se em defesa de Julio Caio. Afinal, quem aquele "candango pretencioso" pensava que era? No final das contas ainda "deram um jeitinho" de colocar Julio Caio na segunda colocação, ficando a vitória com Nelson. À noite, na entrega dos prêmios, o pobre Nelson apareceu na solenidade calçando dois tipos diferentes de sapato. "É que os pares certos estavam ruins demais." - justificou Piquet.